quarta-feira, 28 de julho de 2010

Jeans escuro,camiseta branca,chinelos de couro,e as pernas,Deus que pernas,.Assim Marina lembrava de Eduardo,amor de verão e agora lembrança de inverno.

Seu marido Claúdio,paulistano-leonino-advogado-ocupado viajou para Portugal e Marina foi pra Sergipe e lá colecionou mais um amor de verão.

Marina vive um casamento feliz,na sexta pizza e filme, no sábado bar e motel e no domingo café com croassant na cafeteria da esquina ou uísque com sexo na sala de estar.Durante a semana ela dá aulas de mandarim e às quartas à noite aprende guitarra com uma amiga,Ana Beatriz,que tem banda de reggae e toma chá de maconha para aliviar as cólicas.Amigas desde a faculdade às vezes dormem juntas,quando o Cláudio demora no escritório e Marina se irrita,Ana Beatriz sempre tem chá e boa música.

Marina usa esmalte escuro,roupas sérias,cabelo curto e maquiagem leve.Adora cinema americano,música pop e revistas de fofoca.Toma chá gelado light com pão de queijo e quando T.P.êmica capuccino com chantily e barra de chocolate amargo.

No último sábado Marina bebemorou seu aniversário numa balada eletrônica.logo pela manhã sua mãe lhe deu pacotes turísticos destino pernambuco,já prevendo a opção de Marina pela região nordeste.

O Claúdio estava em B.H. desde a sexta e só no domingo retornaria.

Marina se perfumou,se pintou e caiu na noite.Muita tequila depois acordou no banco de trás do fusca de Ana Beatriz que gritava pra que ele se levantasse.Com a ajuda da amiga chegou ao seu apartamento,caiu na cama.

No domingo o sol,o cheiro do café,a música do Cartola e os beijos de Claúdio acordaram Marina. Cabelo desgrenhado,salto alto,casaco.Claúdio sorriu e foi despindo sua mulher,tomaram banho juntos.Se amaram e assistiram "Cidade dos Anjos".

Na segunda Marina foi ao médico,entrou no posto de saúde.30 minutos depois saiu e o mundo estava diferente,o mundo era os olhos de Marina.

Fez lasanha pra seu marido,colocou flores na sala e disse da gravidez.Cancelou a aula de guitarra.Assinou "Pais e filhos" e ligou pra agência de viagens mudando o destino.

Um comentário:

  1. O quarto branco agora se embebedava da escuridão ao cair a noite. O moço magro, franzino, pele morena, sem sorrisos, que estava ali desde quando se esquecia, levantou, pôs uma blusa (daquela pesadas e cheia de apetrechos), abriu a porta que ameaçou rangir. Desceu as escadas que davam para o hall da sua casa antiga. Olhou em volta, o relógio com cuco, a mesa de revistas, o quadro com uma paisagem desconhecida. Se despediu e foi para além da entrada, para a rua já escura, virou à direita por sorteio e se pôs a caminhar. Não sabe se o esperam, ele só quer andar.

    Bjos, Di. Dias bons...

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