segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Ana é segura, decidida e forte. Toma as decisões mais difíceis com uma tranqüilidade invejável.

Ontem Ana foi mais mulher do que de costume, não teve certezas claras, Ontem a moça forte e segura abriu uma janela e viu o Ricardo com o olhar apaixonado e apaixonante de quase sempre. A diferença estava na direção, a imagem muda e imóvel era da felicidade longe dela. Há alguns anos, com a segurança de sempre e sem maturidade nenhuma achou que podia e infeliz e estupidamente pôde. Quebrou a magia dos amassos embaixo da janela, e da luz, aquela luz dos olhos mel cheio de sol do sertão. Ana viveu coisas lindas ; Viagens lúdicas: Amor, tesão, tensão e tudo mais que quis provar e provou, Mas a luz ficou na memória de um dia de sol em que a luz a queimou tanto que cegou a moça de medo, era muito, era tanto que ela quase morre sem saber como dizê-lo.

Ninguém disse que ser feliz era tão fácil e ela não acreditou pensou se tratar de adolescência porque era muito perfeito. Ricardo não precisava de membros nem proximidade pra colocar a moça em estado de nirvana permanente, era seu vício preferido.

Todo mundo queria o tal rapaz , Ana também. Mas Ana o tinha e isso fazia dela uma displicente. LINDO. Os domingos eram: jogo do Bahia, pipocas e beijos longos que a deixavam tonta, sonâmbula em transe, a felicidade não cabia na sala e descia a rua procurando campari com sukita e gelo. Tudo era tão bonito quanto desesperador porque essa beleza quis altar e Ana sempre achou que o altar era só das Santas ela nunca quis se tornar uma delas, com promessas e babados a lhes cobrir .

Ana sempre quis ser nua. Não virar santa lhe custou uma saudade eterna e clara como o sertão.

Ricardo era um Deus, Dionísio lindo e louco.

Ricardo hoje troca fraldas e continua com olhar de luz mais bonito do mundo, filho e esposa lhe fizeram mais concreto e seu olhar de luz os abençoa é deles agora. E Ana sente uma alegria melancólica em ver a luz forte do cara mais bonito que já conheceu ,assim acendendo em outra direção. “Deve ser egoísmo” pensa diante da coisa mais bonita que viu esse ano. Ele segura o filho com força e olha a mulher com carinho, a sortuda parece saber do que tem, diferente de Ana que mesmo hoje ainda não saberia, Ana quer estar pra sempre nua...

Por isso Ana parece com mais frio agora. Em casa em silêncio raro e leve acendeu uma vela aos santos que ela desacredita e ficou mais calma. A vela consumiu alguns minutos antes de consumir-se e o retrato de Ricardo durou alguns dias alfinetando a moça.

Quis saber mais do rapaz. Não soube, foi prudente , foi comum e entregou o retrato ao esquecimento, felicidade era não saber, alegria era colecionar afetos furtivos de noite e meia de duração .

Perdeu a luz do sertão e não teve prêmio. Ontem Ana foi pro “putz putz” e encontrou os olhos verdes mais lindos do mundo, que saiba Ana e saibamos nós.

Todas as noites são lindas e em todas as noites Ana está nua, sem pudor e com saudades eternas da semana passada.Culpa a intenção de eternidade dos gestos que lhe faz parecer passional. Absurdos são Ana.

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