quarta-feira, 9 de maio de 2012


                   Os dias mais claros!



              O outono me abraça, esses dias claros, tão cheios de prazer. Meus passos calmos na direção da rotina. Os cafés ,  os olhares cansados  nas padarias, meus livros cheios de rabiscos e sujos de café,  caneta azul no cabelo, lápis com borracha na ponta. Escritos,  rabiscos, datas, músicas, tópicos, final de livro, capítulo denso de história póspensadaantesdita, giz sujando meu jeans , a lousa me pedindo traço, o espaço me pedindo som, eu pedindo calma, com pressa de música  na madrugada, de transbordamento da linguagem em íngua. Cálculos e rótulos tingindo a rotina, tangendo o lirismo do primeiro café, do rabisco de lápis. Sinal, faixa, escada, seta, cinto,  falta olhar, horizonte, através da janela a lua morre,o sol nasce e giz de cera não desenha mais tempo e espaço, laço e cama, sob o código do discurso falta amparo crente para dizer de minha  vontade, tudo é cria, criação, riso largo. Afeto é um transbordamento da vontade em abraço,  corpo entregue ao abraço , o outro, em sua posição de estranho, é hipótese de conflito.
               A vida dança mais colorida, de cachecol,  os cafés são mais fortes no outono e a saudade é um calmante pra esse arrepio desmedido que o outono me traz em todas as manhãs, quase madrugadas, vendo a lua alta e nua. Refaço meus passos e penso na vida como espaço de um eterno gozo, conflito-aflito ,vivo! O viver impera. O impulso é: o devir. A rota: o transbordamento. A hipótese: o conflito. A ponte: o corpo e a sua possibilidade de imensidão.

2 comentários:

  1. a ponte: porra que palavra bonita! Dilma como você é bonita! Sua linda.

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  2. O que faço se sempre AMO TANTO seus escritos?
    Inspiram-me. Sempre.
    Obrigada por tantos conflitos!
    S

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