domingo, 7 de outubro de 2012

Maçã e sangue


Porque eu acordo de madrugada sentindo  seu calor, às vezes em outros corpos, em novos lençóis.
Em pele;
Porque eu acordo, amor!
Latente vontade de você virando soluço... Fazendo amor com a lua.
Ela me engoliu numa noite dessas.
Foi uma lua de agosto, você sabe que em agosto meu corpo vira estrela e quer brilhar toda hora.
Foi nele que eu me perdi numa grande aventura de pernas e força.
Elásticos abraços, círculos de mantras em agonia iluminavam meus olhos febris.
Anjos desceram para brindar meus sorrisos ébrios, ganhei colares de pedras raras.
Desci uma montanha de desejos satisfeitos, atravessei um vale de ínguas cruas e bebi o sol junto a uma deusa nua.
Um deus erótico brindou à nudez e me sequestrou durante horas.
Desci do sonho, rasguei as senhas, não aceitei as esperas.
Engoli os impulsos, Expulsei demônios.
Deixei meu corpo quieto e você chegou com um copo de sangue e duas maçãs verdes,
Quero entender seu vermelho me tingindo a alma, já não morreremos de fome.
Até o entendimento das dissonâncias em ternura, beberemos sua cor para aliviar nosso cansaço, o inferno pode ser servido em taças de cristal, amor.